Abstract

Lasiodiplodia theobromae é um fitopatógeno, o qual apresenta ocorrência em todas as regiões produtoras de manga do Brasil e no mundo causando sérios problemas, tanto nas árvores quanto nas frutas, principalmente na fase de pós-colheita. Até o presente, nenhum estudo mostrou como ocorre, naturalmente, a infecção da fruta pelo fungo. Este estudo objetivou analisar: ramos, pedúnculos e pecíolos ligados a frutos em estádio de colheita, com e sem sintomas da doença, pela microscopia eletrônica de varredura, (MEV), confirmar a presença do agente etiológico nos tecidos e estudar caracteres morfológicos do mesmo. Fragmentos dos tecidos dos ramos e pedúnculos foram desinfestados e plaqueados em meio BDA, para isolamento do fitopatógeno; outros fragmentos foram submetidos a criofraturas para análise em MEV. O fungo cresceu em meio de cultura, apenas de tecidos com o sintoma da doença, e, após 25 dias formou picnídios agregados, estromáticos e ostiolados, característicos de L. theobromae, os quais foram submetidos a criofraturas e observados também em MEV. A análise ultraestrutural dos picnídios revelou que estes são subovóides a elipsóides, de parede espessa, contendo em seu interior, conídios cujas dimensões variaram entre 18-26μm x 11-15μm. Na análise dos pedúnculos sintomáticos, constataram-se hifas crescendo pelos tubos do xilema e penetrando através das células e invadindo tecidos do lenho. Não foi observada qualquer estrutura fúngica em tecidos sem sintomas da podridão. Estes resultados permitem confirmar que L. theobromae está presente em ramos de mangueiras e que a colonização ocorre de forma descendente até o pedúnculo onde, posteriormente, penetra a fruta.